domingo, 7 de agosto de 2011

           

Primeiro capitulo:
Um dia esquecido




Já era oito e meia da manhã quando Hagui Rippel, um homem robusto com cabelos pretos, pele morena e olhos verdes, abria a pequena portinhola do quintal da frente. Ele estava entrando em uma casa um tanto acabada, pintada de verde no primeiro andar e de azul no segundo. Enquanto subia as escadas coloridas dizia:
- Minhas lindas, cheguei!- Disse o sr. Rippel todo à sorrisos.
            - Papai! Papai!- Disse uma voz vinda de dentro da casa, era de uma garotinha que abria a porta antes de o sr. Rippel encostar na maçaneta dourada. A garota tinha cabelos loiros e longos, que iam até o cócix com um laço vermelho vivo no topo da cabeça, rosto angelical, olhos azuis e pele branca como cal, usava um vestido rosa com babados na ponta.- Eu consegui tele transportar um copo de água da mesa para o chão, só que quando o copo “tava” na mesa, tinha água, e quando apareceu no chão não tinha mais!
            - Que ótimo, Saya!, mas não é “tava”, é estava.- Sr. Rippel falou enquanto passava pela sala espaçosa, e subia as escadas, com Saya logo atrás dele.
            - Está bem! Está bem!- Respondeu a garota.
            Subindo as escadas, havia um grande corredor com tapete vermelho e detalhes em ouro. Sr. Rippel e Saya andaram pelo mesmo e entraram pela terceira porta à esquerda, uma porta toda pintada de rosa com figuras de unicórnios e borboletas desenhadas por Saya. No quarto, havia um berço branco com um carrossel infantil pendurado no ar, rodando em alta velocidade, do outro lado do quarto tinha uma cama de criança também branca com um colchão e travesseiro rosa, também havia um guarda- roupa de seis portas da cor do berço entre os dois. Uma mulher estava de frente para o berço e de costas para a porta; A luz que emanava da janela iluminava os cabelos pardos que pareciam estar tingidos de loiro. Ela olhara sorridente para trás quando os visitantes chegaram.
            - Venham ver!- Disse a mulher com metade do rosto iluminado pela luz da janela. – Venham ver a Tsuki usar magia pela primeira vez!
            - Que legal!- Disse Saya.
            - Milha filha linda usando o seu poder pela primeira vez!- Falou sr. Rippel.
            - Papai quando eu era bebê, eu também fiz isso?
            - Ah...
            - Sim querida... Sim... – Respondeu sra. Rippel, antes do sr. Rippel responder.
            Agora todos olhavam para a pequena e indefesa Tsuki com seus olhos de ébano, sorrindo como sempre, os tufos de cabelo já estavam aparecendo na cabeça da menina. Ela balançava os braços de cima para baixo, de onde saía uma areia rosa que ia direto para o carrossel, fazendo-o girar em alta velocidade.
            Depois de algumas horas, Tsuki dormiu, e o resto da família foi para a cozinha para almoçar.
            - Querido, você comprou o leite e os cereais para as meninas?- Disse a sra. Rippel ao sr. Rippel
            - Claro!- Disse sr. Rippel, entregando a sacola de supermercado para sra. Rippel.
            A família Rippel se sentou na larga mesa negra no meio da cozinha. Saya foi a primeira a se sentar na cadeira também negra com detalhes vermelhos nas bordas. Sr. Rippel a seguiu e sentou na cabeceira da mesa e os dois ficaram esperando a comida por quinze minutos.
            - Até que enfim mãe! Eu não agüentava mais de tanta fome!- Disse Saya enquanto franzia a testa.
            - Aqui está. – Falou sra. Rippel calmamente.
            Eles terminaram de comer, Saya foi brincar no quarto e o casal Rippel ficou na sala, sentados no sofá, sr. Rippel envolveu o braço nas costas da sra. Rippel, que o estava olhando com aflição.
            - Que está acontecendo, amor?
            - É a Saya.
            - O que tem ela?
            - Não tem naquela hora que ela lhe contou a história do tele transporte?
            - Sim, mas eu estranhei... Ela não...
            - Não conseguia usar magia, ou seja, infértil.
            - Sim, mas agora...
            - Agora só vai mudar um pouco. – Sra. Rippel estava tensa
            - Por quê?
            - Porque ela conseguiu tele transportar o copo, - Agora ela estava muito mais tensa, triste e chorava- mas não conseguiu traze-lo de volta. Eu que tive que parar o tempo e colocar o copo no chão, só esqueci de colocar água. – Agora a sra. Rippel caía aos berros no colo do sr. Rippel. – N-Nossa filha é-é in-infértil!
            Antes que Hagui, agora se contorcendo para abraçar a esposa, pudesse falar palavras de consolo, Saya aparecera das sombras, olhando atentamente para os pais, do terceiro degrau da longa escada que dava para o segundo andar.
            - O que é uma pessoa infértil, mãe? E por que você está chorando?- Depois da pergunta, Hagui se levantou e se aproximou de Saya.
            - Não é nada, e caiu um cisco no olho de sua mãe.
            - Mas...
            - Saya!...
            Dling-Dlong. A campainha tocou. Hagui se assustou e deu um passo para trás, Saya ficou na ponta dos pés nos degraus, tentando ver, através da janela, quem estava atrás da porta.
            - Quem deseja?
            - É a tia Penny! Abram logo, está frio!
            - Tia Penny! Presentes!- Disse Saya, descendo as escadas rapidamente.
            - Olha os modos Saya. – Interveio sra. Rippel, já enxugando os olhos.
            Sr. Rippel abriu a porta para tia Penny. A pele da mulher estava pálida, ela entrou na casa amedrontada, sombria e angustiada.
            -E-Eu fui a-ameaçada por dois homens encapuzados, mas um deles era... – Tia Penny sussurrou o nome no ouvido da sra. Rippel, que ficou pálida na mesma hora que ouviu o nome da pessoa.
            - Saya, suba. – Disse sr.Rippel, imperativo.
            - Mas...
            - SUBA!
            Saya, na hora, subiu correndo as escadas e foi para o quarto da irmã, chorando.
            - Não precisava falar assim com ela!- Disse sra. Rippel, exaltada.
            - Foi preciso, olhe.
            Sr. Rippel apontou para a janela. Sra. Rippel olhou, e viu a rua deserta, só a luz do luar a iluminava, o único som a se ouvir era o dos gatos miando nos quintais, nas casas e nos telhados vizinhos.
            - Não, não estou vendo nada.
            - Olhe direito minha querida. – Questionou tia Penny, antes que sr. Rippel enfurecer-se.
            Quando sra. Rippel olhou atentamente, viu dois homens encapuzados de frente para a porta do quintal.
            - O que vamos fazer, Joujirrouu?- Perguntou um dos homens encapuzados
            - Vamos atacar, é claro. Dormiens, seu grande bobalhão!- Respondeu Joujirrouu.
            - Como?
            - Pela porta da frente!- Proclamou Joujirrouu.
            Na casa dos Rippel, Hagui começou a falar um plano, mas não agradou sra. Rippel.
            - Isso é um absurdo! Você vai colocar uma velhinha para a linha de frente?
            - Yoi, isso é uma ordem de sobrevivência, se por acaso eu e a tia Penny morrer-mos, você se tele transporta com as meninas para O Reino.- Explicou Hagui.
            - Você é um tolo, Hagui.– Falou Yoi.
            Depois dessas palavras, Yoi subiu as escadas depressa. Tia Penny levantou-se, olhou para Hagui, com os olhos de uma mãe preocupada.
            - Vocês verão que não sou uma “velhinha decrépta”.
            - Pucati!- Uma luz branca veio do lado de fora da casa, destruiu a porta, e foi diretamente para tia Penny.
            - Braniti!- Gritou tia Penny, estendendo as mãos, criando uma barreira amarela na frente da mesma.
            - Sua velha insolente!- Gritou Dormiens.- Pucati!- E novamente a luz branca em forma de esfera foi para cima de tia Penny.
            - AH!- Gemeu tia Penny, que foi atingida pela esfera.
            - Brzo Napad!- Anunciou Hagui, uma luz vermelha altamente veloz foi ziguezagueando para cima de Dormiens, que caiu desacordado. Joujirrouu entrou na casa dos Rippel calmamente, batendo palmas.
            - Parabéns, parabéns. Você coseguiu acabar com Dormiens com um só golpe. Estou impressionado.
            - Cale a boca, Joujirrouu.- Disse tia Penny.
            - Não fale comigo... Mãe. Pariti!- Um fogo negro saiu da palma da mão de Joujirrouu, e foi em direção a tia Penny.
            -Apsolutna Obrana!- Gritou tia Penny, que das palmas das mãos estendidas, de onde saiu uma barreira enorme, cobrindo todo o corpo da velha senhora. Mas o fogo bateu na barreira e perfurou a mesma, atingindo tia Penny. O fogo foi lentamente corroendo o corpo da velhota.
            Então essas são as conseqüências d’O Pacto. Pensou Hagui.
            No segundo andar...
            - Filha, você ficará bem.- Falou Yoi.
            - Mas mãe eu não quero.- Choramingou Saya.
            O quarto estava totalmente escuro. Porém, a única coisa que iluminava ¼ do mesmo era a janela, com a luz do luar descendo sobre Tsuki, que dormia.
            - Só quero que fique em silêncio.
            - Está bem mãe.
            Yoi seguiu pelo corredor e desceu as escadas calmamente. Ela chorava em silêncio, enquanto Saya fechava a porta com os olhos fixos na mãe.
            Yoi olhou a sala e viu tia Penny ainda queimando pelas chamas negras. Virou a cabeça e viu Hagui lutando contra Jouirrouu.
            - Você não vai lançar mais nenhuma magia no meu marido!
CONTINUA...

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