Segundo capitulo:
O portal
O portal
Uma garota de cabelos loiros e longos, até os joelhos, pele branca e franja marrom, que vestia camisola rosada, estava deitada em uma cama de mármore com colchão desbotado e furado. Quando abriu os olhos azuis, assustada com a gritaria que vinha do corredor.
- Saya! Saya! Vamos lá, acorde!- Disse uma voz do outro lado da porta.
Saya levantou-se e girou a cabeça em torno do quarto. Viu o armário cinza no canto da parede, a escrivaninha ao lado da porta, e a janela rente a cama.
- Saya, a Senhora Flitwoman está vindo checar seu quarto!- Falou outra voz.
A mesma, deu um pulo da cama e foi direto para a escrivaninha, recolheu todos os livros, cartas, canetas e lápis, e os guardou na primeira das cinco gavetas da escrivaninha. Quando Saya ia arrumar o guarda-roupa, alguém bateu na porta.
- Saya você está aí?- Disse uma voz, ríspida.
- Sim.- Falou Saya.
- Sim?
- Desculpe. Sim, Senhora Flitwoman.
- Abra a porta. AGORA!- Gritou Flitwoman.
- Sim Senhora Flitwoman.
A Senhora Flitwoman era uma mulher seca e ignorante (em todos os sentidos). Usava blusa de lã azul e calça jeans preta, tinha os óculos na ponta do nariz, e um coque no topo da cabeça, também tinha um cachecol de raposa em volta do pescoço, e usava tamancos de vinte centímetros (ou mais) verdes. Resumindo: Nada nela combinava.
- Posso ver sua escrivaninha?- Disse Flitwoman
- Sim, Senhora.
Flitwoman abriu a última gaveta da escrivaninha: nada. A quarta: nada...
Saya notou que os ruídos e as gritarias cessaram. Só uma garota estava parada de frente a porta: era uma garota de aparentemente 10 anos com quatro rabos de cavalo, dois no topo da cabeça e os outros no final (bem lá embaixo) da cabeça, a cor dos cabelos era roxo, pele branca, usava uma saia verde com a blusa de escola ( com gola também verde), o branco e o verde da blusa com o verde da saia realçavam os olhos pretos como ébano da garota.
- Mais que porcaria é essa?- Gritou Senhora Flitwoman, alto o suficiente para todas as garotas dos dormitórios saíssem e forem ver o que tinha acontecido. Senhora Flitwoman segurava saia de cós alto (saia com a parte da cintura alta).- Você não tem esse tipo de roupa, tem?
- Não, Senhora Flitwoman, é emprestada.- Disse Saya, tremula.
- E você poderia me dizer quem fez esta loucura?
- Loucura?
- Sim, Saya Rippel, a pessoa que emprestou esta saia para você, só pode ser louca. Emprestar saias a uma órfã.- Os nervos de Saya subiram à flor da pele, com as palavras de Flitwoman. Como raios que caíram no mar e as correntes elétricas se espalharam com as pulsações de seu coração.
- CALE A BOCA!
- O que você disse?
- A saia é de Falenn Pidgueort, musicista da orquestra da escola!- Falou Saya, exaltada.
- Mentira! Você roubou esta saia do armário de Falenn Pidgueort na semana passada!
Saya enfureceu-se e bateu, com força, a mão na escrivaninha. E Flitwoman continuou.
- Detenção, Saya Rippel. Por difamação e roubo, você buscará as sacolas de batatas por uma semana depois da escola.
...
Saya andava pelo corredor, quando uma garota de cabelos do mesmo tamanho que o dela, loiro e preso como um rabo de cavalo no fim do cabelo, olhos verde esmeralda e roupas iguais a da garota também (saias verdes e blusas branca e verdes na gola), vinha correndo.
- Saya!- Gritou a garota.
- Ken? Mas você não tinha sido adotada?- Disse Saya.
- Sim! Mas eu não gostei da família.
- Que bom que você veio, pelo menos eu vou ter com quem conversar além da Tsuki. Afinal que outra garota tem 15 anos além da gente?- Desabafou Saya.
- É mesmo.
Tsuki veio correndo e e se juntou a elas.
- Vamos, senão a gente vai para a detenção que nem a Saya.
- Mas como isso aconteceu?- Perguntou Ken.
- Longa história... Vamos!- Respondeu Saya.
...
As três garotas voltavam, agora, da escola, passando pela rua que dava para a antiga mansão negra, que agora era um orfanato. Saya carregava as sacolas de batatas de sua detenção. Ela também notara o céu, estava em formato ondulado e cinza. Na mesma hora um vulto passa pela rua contrária.
- Eu já vi aquela capa antes.- Falou Saya.
- O que?- Perguntou Ken.
- Corram!- Disse Saya.
As três saíram correndo por ruas e mais ruas, direita e esquerda, para cima e para baixo. Até pararem de frente para uma loja de artigos antigos, a Plopit’s Coplic.
- Ele entrou aqui.- Afirmou Saya.
- Como você conhece ele?- Perguntou Ken.
- Ela sonha com esse cara todos os dias.- Respondeu Tsuki, antes de Saya.
- Sonha?
- É. Eu sonho com um quarto escuro, um grito, choro de bebê, homem de capa, e um lampejo amarelo. E a capa do meu sonho é a mesma que a do cara que entrou aí.- Respondeu Saya, aflita.
- Então? O que estamos esperando? Vamos entrar!- Animou-se Ken.
As três entraram na pequena loja, quando a porta se abriu um sino se tocou e as três garotas passaram por um redemoinho branco. Elas se sentiram espremidas, esticadas, cortadas e amassadas. Para no fim do redemoinho, caírem em meio a um deserto.
- Mas que &%$9 é essa?- Disse Ken.
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário