sábado, 13 de agosto de 2011



Segundo capitulo: 
O portal




            Uma garota de cabelos loiros e longos, até os joelhos, pele branca e franja marrom, que vestia camisola rosada, estava deitada em uma cama de mármore com colchão desbotado e furado. Quando abriu os olhos azuis, assustada com a gritaria que vinha do corredor.
            - Saya! Saya! Vamos lá, acorde!- Disse uma voz do outro lado da porta.
            Saya levantou-se e girou a cabeça em torno do quarto. Viu o armário cinza no canto da parede, a escrivaninha ao lado da porta, e a janela rente a cama.
            - Saya, a Senhora Flitwoman está vindo checar seu quarto!- Falou outra voz.
            A mesma, deu um pulo da cama e foi direto para a escrivaninha, recolheu todos os livros, cartas, canetas e lápis, e os guardou na primeira das cinco gavetas da escrivaninha. Quando Saya ia arrumar o guarda-roupa, alguém bateu na porta.
            - Saya você está aí?- Disse uma voz, ríspida.
            - Sim.- Falou Saya.
            - Sim?
            - Desculpe. Sim, Senhora Flitwoman.
            - Abra a porta. AGORA!- Gritou Flitwoman.
            - Sim Senhora Flitwoman.
            A Senhora Flitwoman era uma mulher seca e ignorante (em todos os sentidos). Usava blusa de lã azul e calça jeans preta, tinha os óculos na ponta do nariz, e um coque no topo da cabeça, também tinha um cachecol de raposa em volta do pescoço, e usava tamancos de vinte centímetros (ou mais) verdes. Resumindo: Nada nela combinava.
            - Posso ver sua escrivaninha?- Disse Flitwoman
            - Sim, Senhora.
            Flitwoman abriu a última gaveta da escrivaninha: nada. A quarta: nada...
            Saya notou que os ruídos e as gritarias cessaram. Só uma garota estava parada de frente a porta: era uma garota de aparentemente 10 anos com quatro rabos de cavalo, dois no topo da cabeça e os outros no final (bem lá embaixo) da cabeça, a cor dos cabelos era roxo, pele branca, usava uma saia verde com a blusa de escola ( com gola também verde), o branco e o verde da blusa com o verde da saia realçavam os olhos pretos como ébano da garota.
            - Mais que porcaria é essa?- Gritou Senhora Flitwoman, alto o suficiente para todas as garotas dos dormitórios saíssem e forem ver o que tinha acontecido. Senhora Flitwoman segurava saia de cós alto (saia com a parte da cintura alta).- Você não tem esse tipo de roupa, tem?
            - Não, Senhora Flitwoman, é emprestada.- Disse Saya, tremula.
            - E você poderia me dizer quem fez esta loucura?
            - Loucura?
            - Sim, Saya Rippel, a pessoa que emprestou esta saia para você, só pode ser louca. Emprestar saias a uma órfã.- Os nervos de Saya subiram à flor da pele, com as palavras de Flitwoman. Como raios que caíram no mar e as correntes elétricas se espalharam com as pulsações de seu coração.
            - CALE A BOCA!
            - O que você disse?
            - A saia é de Falenn Pidgueort, musicista da orquestra da escola!- Falou Saya, exaltada.
            - Mentira! Você roubou esta saia do armário de Falenn Pidgueort na semana passada!
            Saya enfureceu-se e bateu, com força, a mão na escrivaninha. E Flitwoman continuou.
            - Detenção, Saya Rippel. Por difamação e roubo, você buscará as sacolas de batatas por uma semana depois da escola.
...
             Saya andava pelo corredor, quando uma garota de cabelos do mesmo tamanho que o dela, loiro e preso como um rabo de cavalo no fim do cabelo, olhos verde esmeralda e roupas iguais a da garota também (saias verdes e blusas branca e verdes na gola), vinha correndo.
            - Saya!- Gritou a garota.
            - Ken? Mas você não tinha sido adotada?- Disse Saya.
            - Sim! Mas eu não gostei da família.
            - Que bom que você veio, pelo menos eu vou ter com quem conversar além da Tsuki. Afinal que outra garota tem 15 anos além da gente?- Desabafou Saya.
            - É mesmo.
            Tsuki veio correndo e e se juntou a elas.
            - Vamos, senão a gente vai para a detenção que nem a Saya.
            - Mas como isso aconteceu?- Perguntou Ken.
            - Longa história... Vamos!- Respondeu Saya.
...
            As três garotas voltavam, agora, da escola, passando pela rua que dava para a antiga mansão negra, que agora era um orfanato. Saya carregava as sacolas de batatas de sua detenção. Ela também notara o céu, estava em formato ondulado e cinza. Na mesma hora um vulto passa pela rua contrária.
            - Eu já vi aquela capa antes.- Falou Saya.
            - O que?- Perguntou Ken.
            - Corram!- Disse Saya.
            As três saíram correndo por ruas e mais ruas, direita e esquerda, para cima e para baixo. Até pararem de frente para uma loja de artigos antigos, a Plopit’s Coplic.
            - Ele entrou aqui.- Afirmou Saya.
            - Como você conhece ele?- Perguntou Ken.
            - Ela sonha com esse cara todos os dias.- Respondeu Tsuki, antes de Saya.
            - Sonha?
            - É. Eu sonho com um quarto escuro, um grito, choro de bebê, homem de capa, e um lampejo amarelo. E a capa do meu sonho é a mesma que a do cara que entrou aí.- Respondeu Saya, aflita.
            - Então? O que estamos esperando? Vamos entrar!- Animou-se Ken.
            As três entraram na pequena loja, quando a porta se abriu um sino se tocou e as três garotas passaram por um redemoinho branco. Elas se sentiram espremidas, esticadas, cortadas e amassadas. Para no fim do redemoinho, caírem em meio a um deserto.
            - Mas que &%$9 é essa?- Disse Ken.
Continua...

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